Sawt Falasteen - Suprema Corte dos EUA autoriza corte de fundos de ONG de planejamento familiar

Suprema Corte dos EUA autoriza corte de fundos de ONG de planejamento familiar
Suprema Corte dos EUA autoriza corte de fundos de ONG de planejamento familiar / foto: Drew ANGERER - AFP/Arquivos

Suprema Corte dos EUA autoriza corte de fundos de ONG de planejamento familiar

A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou, nesta quinta-feira (26), que estados contra o direito ao aborto possam cortar o financiamento da Planned Parenthood, uma ONG de planejamento familiar.

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A Planned Parenthood já estava impedida de receber verbas federais para a realização de abortos, mas a sentença adotada por 6 votos a 3 também permitiria que os estados a excluíssem dos fundos para outros serviços médicos que presta a americanos de baixa renda no âmbito do programa Medicaid.

As três juízas liberais discordaram.

Em 2018, o governador republicano da Carolina do Sul, Henry McMaster, cortou o financiamento deste programa para as duas clínicas da Planned Parenthood no estado.

Os reembolsos do Medicaid não estavam relacionados ao aborto, mas McMaster afirmou que fornecer fundos ao programa equivale a um "subsídio ao aborto" por parte dos contribuintes, o que é proibido na Carolina do Sul para mulheres com mais de seis semanas de gravidez.

A Planned Parenthood, que oferece uma ampla gama de serviços de saúde reprodutiva, e uma mulher da Carolina do Sul que sofre de diabetes processaram o estado, argumentando que os pacientes do Medicaid têm o direito de receber atendimento de qualquer provedor.

Um tribunal de apelações decidiu que a ONG não pode ser excluída do Medicaid do estado e a Carolina do Sul recorreu à Suprema Corte, onde os conservadores têm maioria.

O tribunal decidiu que um paciente do Medicaid não pode processar o estado para receber atendimento médico de um provedor de sua escolha.

A juíza progressista da Suprema Corte Ketanji Brown Jackson discorda. "O Congresso promulgou a cláusula de livre escolha de provedor da Lei do Medicaid para garantir que os beneficiários tenham o direito de escolher seus próprios médicos", afirmou.

O grupo antiaborto SBA Pro-Life America aplaudiu a decisão da Suprema Corte, no que considerou uma "grande vitória para os bebês e suas mães".

Paige Johnson, presidente da Planned Parenthood South Atlantic, classificou o veredicto como uma "grave injustiça" e afirmou que ela levará a Carolina do Sul a "uma crise de cuidados médicos mais profunda".

A Suprema Corte derrubou o direito federal de interromper uma gravidez em junho de 2022. Desde então, mais de 20 dos 50 estados, incluindo a Geórgia, impuseram limites rígidos ao aborto, ou até mesmo proibições totais.

V.AbuAwwad--SF-PST