Sawt Falasteen - Irã ataca base dos EUA no Catar após bombardeios contra instalações nucleares

Irã ataca base dos EUA no Catar após bombardeios contra instalações nucleares
Irã ataca base dos EUA no Catar após bombardeios contra instalações nucleares / foto: - - AFP

Irã ataca base dos EUA no Catar após bombardeios contra instalações nucleares

O Irã anunciou, nesta segunda-feira (23), ter lançado mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, a maior dos Estados Unidos no Oriente Médio, em resposta a bombardeios contra instalações nucleares iranianas. Doha informou que interceptou os projéteis.

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Teerã, confrontado há 11 dias em uma guerra com Israel, provocada por um ataque israelense sem precedentes contra a República Islâmica, cumpriu, assim sua ameaça de responder aos bombardeios americanos. Em ataques no último sábado, os Estados Unidos atingiram uma usina subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordo e instalações nucleares em Isfahan e Natanz, no centro do país.

"Em resposta à ação agressiva e insolente dos Estados Unidos contra os sítios e instalações nucleares do Irã, as forças armadas poderosas da República Islâmica atacaram a base aérea americana de Al Udeid", informou o Conselho de Segurança Nacional iraniano.

Teerã afirmou ter lançado seis mísseis contra a base americana, o mesmo número "de bombas que os Estados Unidos usaram ao atacar as instalações nucleares do Irã. Essa ação não representa nenhuma ameaça ao nosso país amigo e irmão, o Catar", ressaltou o Conselho.

O Ministério da Defesa do Catar informou que "interceptou com sucesso" o ataque, e que ele não deixou vítimas. A chancelaria ressaltou que o país "se reserva o direito" de responder ao que chamou de "agressão flagrante".

Segundo autoridades cataris, a base foi evacuada antes do bombardeio. Kuwait e Barein anunciaram o fechamento do seu espaço aéreo após o ataque ao Catar, cujo anúncio fez os preços do petróleo caírem.

- Bombardeios em Teerã -

Na noite de hoje, Israel pediu que os moradores de Teerã se mantivessem afastados de bases militares, e advertiu que continuará com seus bombardeios.

Os ataques atingiram centros de comando da Guarda Revolucionária, exército ideológico do Irã, e a prisão de Evin, onde houve danos, segundo o Poder Judiciário. O local abriga presos políticos, opositores e alguns detidos ocidentais.

Israel também informou ter feito bombardeios para "bloquear as vias de acesso" à instalação de Fordo, ao sul de Teerã.

Desde o último dia 13, Israel atacou centenas de bases militares e instalações nucleares, e matou altos funcionários e cientistas. A guerra já deixou mais de 400 mortos e 3.000 feridos no Irã, a maioria deles civis, segundo um balanço oficial. Já o ataque iraniano contra Israel matou 24 pessoas, segundo autoridades israelenses.

O Irã nega querer fabricar armas atômicas, mas defende seu direito de desenvolver um programa nuclear civil. Israel, que nunca disse abertamente se tem armas nucleares, possui 90 ogivas, segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo.

Desde o começo da guerra, o Irã tem respondido com o lançamento de mísseis e drones contra Israel, e pode retaliar fechando o Estreito de Ormuz, por onde passam 20% da produção mundial de petróleo.

A Casa Branca afirmou hoje que os Estados Unidos "monitoram ativamente a situação no Estreito de Ormuz", e advertiu que o regime iraniano agiria "de forma tola" se decidisse fechá-lo.

Alguns especialistas acreditam que o material nuclear tenha sido transferido de local antes do ataque. Ali Shamkhani, assessor do líder supremo iraniano, afirmou na rede X que o Irã ainda possui reservas de urânio enriquecido.

Segundo a AIEA, o Irã enriquece urânio a 60%. Para fabricar uma bomba atômica é necessário enriquecê-lo a 90%. A agência da ONU afirma que não detectou a existência de "um programa sistemático" para produzir uma arma nuclear.

Trump, que havia retomado negociações com o Irã para conter o programa nuclear daquele país, "ainda está interessado" em encontrar uma solução diplomática, afirmou hoje a porta-voz da Casa Branca. Mas, "se o regime iraniano se nega a encontrar uma solução pacífica (...) por que o povo iraniano não deveria tirar o poder desse regime incrivelmente violento que o reprime há décadas?", questionou.

"Não é politicamente correto usar o termo 'mudança de regime', mas se o regime iraniano atual não pode fazer o Irã voltar a ser grande, por que não haveria uma mudança de regime?", publicou Trump ontem na rede Truth Social.

C.AbuSway--SF-PST