-
Relógio Patek Philippe é leiloado por quase R$ 100 milhões
-
Tufão Fung-wong deixa dezenas de cidades sem energia elétrica nas Filipinas
-
Senadores dos EUA chegam a acordo para encerrar paralisação orçamentária
-
COP30 começa em Belém com negociações difíceis sobre energias fósseis e financiamento
-
Celac e UE rejeitam 'uso da força' no Caribe sem mencionar EUA
-
Paralisação orçamentária nos EUA: milhares de voos cancelados e um sinal de esperança
-
Napoli perde e Inter de Milão assume liderança do Italiano
-
Real Madrid fica no 0 a 0 com Rayo Vallecano mas segue líder do Espanhol; Barça vence Celta
-
"O pior dia da minha vida", lamentou Bortoleto após abandonar GP do Brasil
-
PSG vence Lyon nos acréscimos (3-2) e recupera liderança da Ligue 1
-
Alcaraz estreia no ATP Finals com vitória sobre De Miñaur; Zverev derrota Shelton
-
Stuttgart vence Augsuburg de virada (3-2) e é 4º colocado na Bundesliga
-
Cúpula Celac-UE acontece na Colômbia em meio a tensões com EUA
-
Roma vence Udinese (2-0), aproveita derrota do Napoli e assume liderança do Italiano
-
Manchester City atropela Liverpool (3-0) no jogo 1000 de Guardiola
-
Strasbourg vence Lille (2-0) e sobe para 4º na Ligue 1
-
Norris vence GP do Brasil e aumenta vantagem na liderança do Mundial de F1; Bortoleto abandona
-
Real Madrid fica no 0 a 0 com Rayo Vallecano mas segue líder isolado do Espanhol
-
Todos a bordo! Cruzeiros aliviam falta de hotéis na COP30 em Belém
-
Napoli perde na visita ao Bologna (2-0) e cede liderança ao Milan
-
Nottingham Forest volta a vencer na Premier League após quase 3 meses
-
Rio Bonito do Iguaçu tenta se recuperar após destruição provocada por tornado
-
Alcaraz no ATP Finals com vitória convincente sobre De Miñaur
-
Cúpula Celac-UE começa na Colômbia com grande ausências
-
Supertufão atinge as Filipinas
-
Quatro referências ambientais do Brasil para acompanhar na COP30
-
China suspende veto de exportação para EUA de três metais raros
-
Ucrânia tenta restabelecer energia elétrica e calefação após ataques russos
-
Supertufão se aproxima das Filipinas e mais de 1 milhão abandonam suas casas
-
Cúpula Celac-UE começa na Colômbia com ausências notáveis
-
França não assinará acordo com o Mercosul que 'condenaria' seus agricultores
-
Milan cede empate contra Parma e deixa liderança escapar; Juve fica no 0 a 0 com Torino
-
Corpo entregue a Israel na sexta é de refém israelense-argentino
-
Paz toma posse na Bolívia e restabelecerá relações com EUA
-
Tornado provoca destruição no Paraná, deixa seis mortos e 750 feridos
-
Arsenal sofre empate no fim contra Sunderland (2-2) mas ainda lidera Premier League
-
Djokovic desiste de disputar ATP Finals devido a lesão
-
Com dois gols de Griezmann, Atlético vence Levante (3-1) e alcança Barça
-
Paz toma posse na Bolívia e promete fim do isolamento após 20 anos de socialismo
-
Norris (McLaren) conquista pole position do GP do Brasil de F1
-
Juventus fica no 0 a 0 com Torino no dérbi de Turim
-
Olympique de Marselha vence Brest (3-0) e assume liderança provisória do Francês
-
Novak Djokovic conquista em Atenas o 101º título de sua carreira
-
Paz toma posse e promete que Bolívia 'nunca mais' estará 'de costas para o mundo'
-
Rybakina vence Sabalenka e conquista WTA Finals pela primeira vez
-
Tornado provoca destruição no Paraná, deixa seis mortos e mais de 700 feridos
-
Bayern empata com Union Berlin (2-2) e sequência de 16 vitórias seguidas chega ao fim
-
COP30: 'Sem os indígenas não há futuro para a humanidade', diz ministra Sonia Guajajara
-
Rodrigo Paz assume presidência da Bolívia e encerra 20 anos de socialismo
-
Norris vence sprint do GP do Brasil; Piastri e Bortoleto batem
'Seco demais': cafezais sofrem com clima no Brasil e preço do grão dispara no mundo
Em uma manhã de setembro de 2024, Moacir Donizetti Rossetto verificava os cafezais na propriedade de sua família, no interior de São Paulo, quando sentiu um cheiro de fumaça. Horas depois, o fogo atingiu suas terras.
"Foi desesperador: o fogo avançando, destruindo a nossa plantação, chegando a vinte metros da minha casa", relembra este pequeno produtor de 54 anos, um das centenas que sofreram o pior incêndio florestal registrado em Caconde, município paulista com a maior produção de café.
Moradores acreditam que o incêndio começou devido à queima descontrolada de lixo, embora a extensão dos danos tenha sido causada por uma situação climática: a seca.
Em Tóquio, Paris ou Nova York, tomar café vai ficar cada vez mais caro, e isso se explica por realidades como a de Caconde: o calor e a irregularidade das chuvas castigam as plantações de café do Brasil, o maior produtor e exportador mundial do grão.
A família de Donizetti Rossetto lutou durante quatro dias contra o fogo, que arrasou a densa paisagem de sua fazenda, situada entre as montanhas da Mata Atlântica, bioma que cobre parte de São Paulo. As chamas consumiram cinco hectares de cafezais, um terço da produção da família.
"Não só perdemos na colheita desse ano mas também no futuro, porque vai demorar três ou quatro anos até essa terra produzir novamente", lamenta Rossetto ao lado de seus pés de café queimados, escurecidos pela fuligem.
"De uns cinco anos para cá, está seco demais, às vezes não chove por meses", diz. "Temperatura também esquentou demais, não dá para aguentar. Quando vem a época da floração, o café não tem água e não resiste", explica.
Segundo estudos oficiais, o Brasil viveu em 2024 seu ano mais quente desde o primeiro registro, em 1961. Também sofreu um número recorde de incêndios florestais em 14 anos, a maioria deles de origem humana e agravados pela seca.
A ciência relaciona ambos os fenômenos, altas temperaturas e seca, ao aquecimento global.
- Brasil sofre e mundo paga -
Com 54,2 milhões de sacas de 60 kg produzidos em 2024, segundo balanço divulgado nesta terça-feira pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab), o Brasil viu sua safra cair 1,6% em relação a 2023.
O ano de 2024 deveria ter sido abundante no ciclo bienal do arábica, variedade mais consumida, cuja planta costuma alternar uma temporada de boa floração com outra de menor rendimento. "O clima adverso teve impacto em regiões produtoras importantes", ressaltou a Conab.
Responsável por mais de um terço da produção mundial, o Brasil dita o ritmo dos preços internacionais. O valor de uma libra de arábica atingiu seu nível mais alto desde 1977 em dezembro. Foi cotado a 3,48 dólares na Bolsa de Valores de Nova York (23,22 reais), um aumento de 90% em menos de um ano.
"Eu trabalho com café há 35 anos e jamais vi uma situação tão difícil quanto a atual", afirma o cafeicultor Guy Carvalho, um dos mais renomados consultores brasileiros do setor. "Depois da última grande colheita, em 2020, sempre tivemos algum problema com o clima."
Carvalho diz que os preços altos se devem, em grande parte, à "frustração" diante de quatro safras decepcionantes consecutivas, e à expectativa de que os resultados ruins se repitam em 2025.
Fatores geopolíticos complicam ainda mais o panorama dos preços, como possíveis restrições tarifárias após a posse de Donald Trump nos Estados Unidos e regulamentações europeias sobre o desmatamento.
- Em busca de um café sustentável -
Frente ao clima adverso, alguns cafeicultores brasileiros estão testando estratégias alternativas como solução.
"Quando eu nasci, Divinolândia era frio, água congelava no inverno", diz Lange, 67 anos. "Isso hoje não tem mais. Com essas temperaturas, o modelo atual de produção tem os dias contados".
O café cultivado em árvores, que reproduz o habitat da planta em suas origens africanas, não só sofre menos com o calor como também amadurece mais lentamente, o que resulta em um grão maior e mais doce e, portanto, mais valorizado no mercado.
Juntamente com outros 50 colegas, Lange aplica um modelo de "cafeicultura regenerativa" desde 2022: coexistência com outras espécies, sem agrotóxicos e com água de manancial. "No começo, a produtividade vai cair, mas a expectativa é de um resultado fantástico em quatro ou cinco anos", diz.
O.Salim--SF-PST