-
'Eles se negam a nos ouvir', indígenas protestam na COP da Amazônia
-
Congresso encerra 'shutdown' mais longo da história dos EUA
-
Emissões de CO2 geradas por combustíveis fósseis vão bater recorde em 2025, diz estudo
-
Juiz dos EUA ordena libertar sob fiança centenas de imigrantes irregulares em Chicago
-
Lima vai receber final histórica da Libertadores, garante presidente da Conmebol
-
G7 pede cessar-fogo urgente na Ucrânia e desescalada no Sudão
-
Broche de Napoleão é arrematado por mais de 3 milhões de euros na Suíça
-
Cristiano Ronaldo espera ser vaiado pelos torcedores da Irlanda
-
Cacique Raoni: 'Vou puxar a orelha' de Lula por exploração de petróleo
-
Starmer promete 'defender uma BBC forte e independente' ante possível processo de Trump
-
EUA cunha última moeda de um centavo, após 232 anos
-
Ao menos 37 mortos em acidente de ônibus no Peru
-
Trump 'sabia sobre as garotas', segundo e-mail de Jeffrey Epstein
-
Final da Euro 2028 será em Wembley e jogo de abertura em Cardiff
-
Sinner vence Zverev e se garante na semifinal do ATP Finals
-
Premiê em fim de mandato do Iraque reivindica vitória de sua coalizão nas eleições parlamentares
-
Técnico da Costa Rica alerta que sua equipe 'não pode piscar' se quiser ir à Copa de 2026
-
O bolso fará os americanos se interessarem pelo clima, diz governador da Califórnia
-
Itália tenta evitar repescagem e novo trauma nas Eliminatórias para Copa de 2026
-
Câmara dos EUA vota por fim do 'shutdown' mais longo da história
-
James Rodríguez não renovará com León e busca clube para 2026
-
Câmara de Representantes vota por fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA
-
Leonardo DiCaprio e ativistas prestam homenagem a Jane Goodall nos EUA
-
Trump diz que democratas tentam 'desviar' atenção com e-mails de Epstein
-
Macron anuncia pacote adicional de US$ 4,9 bilhões para reforçar setor espacial
-
Inflação na Argentina teve leve alta em outubro
-
Chanceleres do G7 buscam fortalecer esforços da Ucrânia contra Rússia
-
Pedro retoma treinos no Flamengo visando disputar final da Libertadores
-
Petro acusa inteligência dos EUA de atacá-lo
-
Lanterna do Inglês, Wolverhampton anuncia retorno do técnico Rob Edwards
-
Suécia convoca reunião com Amazon e outras plataformas por venda de bonecas sexuais
-
Câmara de Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA
-
Ministra da Agricultura diz que França rejeitaria acordo UE-Mercosul em seu estado atual
-
Suspeita de roubo ao Louvre é libertada sob controle judicial na França
-
Ministros da Ucrânia renunciam em meio a escândalo de corrupção
-
Epstein afirmou em e-mail que Trump 'sabia sobre as garotas'
-
Auger-Aliassime vence Shelton de virada no ATP Finals
-
'Estamos evoluindo', diz Vini Jr. antes de amistosos da Seleção
-
Equador diante do dilema do retorno dos EUA à sua antiga base militar
-
Sensação chinesa da natação Yu Zidi bate recorde da Ásia nos 200m medley aos 13 anos
-
EUA estuda reduzir tarifas de produtos como café e bananas
-
Presidente da África do Sul afirma que EUA perde com ausência na cúpula do G20
-
Congressistas democratas publicam e-mails atribuídos a Epstein nos quais sugere que Trump sabia de sua conduta
-
Câmara dos Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA
-
Tuchel avisa que Bellingham deverá 'lutar' para ser titular da Inglaterra
-
Cerca de 150 eurodeputados pedem recurso judicial contra acordo UE-Mercosul
-
Assim como Trump, Milei não comparecerá à cúpula do G20 na África do Sul
-
Mbappé lembra vítimas dos atentados de Paris em 2015
-
Starmer afirma liderar um governo britânico 'unido', após rumores de conspiração para derrubá-lo
-
Revolução da neurotecnologia transforma ficção científica em realidade
Chile pune agressores que levam mulheres ao suicídio
Antonia Garros pulou do 13º andar ao ser novamente atacada pelo namorado. "Louca de merda, se joga!", gritou o homem diante de dois policiais que chegaram para resolver a discussão do casal em um apartamento em Concepción, no sul do Chile. Ela tinha 23 anos e estudava gastronomia.
Antonia Barra, outra estudante universitária chilena de 21 anos, também acabou com a vida após ser estuprada e ameaçada. Os dois casos motivaram a aprovação da lei que criminaliza o suicídio feminicida e a sua indução.
O Chile, juntamente com El Salvador, Venezuela e Bolívia, é um dos poucos países da América Latina que pune ambas as formas de violência de gênero.
O dia 7 de fevereiro de 2017 não foi a primeira vez que Antonia Garros foi espancada por aquele que era seu companheiro há dois anos. Mas naquela noite ela não aguentou e se jogou no vazio, conta sua mãe, Consuelo Hermosilla.
"Ele não a empurrou fisicamente; foi outro tipo de empurrão", disse a mulher de 57 anos à AFP. Pouco antes de pular da varanda do apartamento do namorado, dois policiais presenciaram os insultos.
- "Não via solução" -
No dia 13 de outubro de 2019, Antonia Barra se enforcou em sua casa em Temuco, também no sul do Chile.
Três semanas antes ela havia sido estuprada depois de frequentar uma boate com amigos. Entre choros, contou em um áudio no WhatsApp o que havia acontecido. A gravação chegou aos ouvidos de seu agressor, que a ameaçou.
"Ela ficou arrasada com a ameaça de ser exposta nas redes (...) ela não via solução", disse o pai, Alejandro Barra.
Coincidentemente, nessa época, o coletivo feminista 'Las Tesis' tornou-se mundialmente famoso pelo seu hino "O estuprador é você", em meio a uma revolta social no Chile.
O caso de Barra gerou grande comoção. A audiência contra o acusado, Martín Padrenas, foi acompanhada online por mais de um milhão de pessoas.
O áudio desta estudante de Engenharia Comercial incentivou outras mulheres a denunciar Padrenas, que finalmente foi condenado a 17 anos de prisão.
A Rede Chilena contra a Violência contra a Mulher contabilizou dois suicídios feminicidas e 48 feminicídios em 2023.
- Legislação integral -
Alejandro Barra deu visibilidade ao caso da filha. Sua luta na justiça e na imprensa resultou na promulgação, em dezembro de 2022, da "Lei Antonía", que criminaliza o suicídio feminicida e sua indução, com penas de até 10 anos.
Em casos como o de Antonia Barra, a Justiça puniu apenas o estupro.
A nova legislação também aumenta ainda o tempo de prescrição do crime de abuso sexual de adultos, de 5 para 10 anos; protege os dados das vítimas e proíbe interrogatórios humilhantes ou degradantes.
"Com esta lei, o país avançou para uma legislação abrangente sobre o cuidado e punição da violência contra as mulheres, particularmente no reconhecimento das graves consequências que este tipo de violência tem na vida das vítimas e no vínculo entre a saúde mental e a violência de gênero", disse à AFP a ministra da Mulher e da Igualdade de Gênero, Antonia Orellana.
Em abril do ano passado, o Chile também aprovou a lei de reparação às vítimas de feminicídios que, entre outras coisas, prevê pensões a crianças e adolescentes cujas mães foram assassinadas ou induzidas ao suicídio. Até o momento, foram entregues 26 pensões.
- Difícil de implementar -
As organizações feministas valorizam o marco regulamentar, mas consideram a sua aplicação difícil. Entre outros motivos, citam as dificuldades de comprovar os abusos e danos psicológicos.
"Esta lei é difícil de implementar" porque implica reconhecer que as mulheres cometem suicídio devido à violência de gênero "e muitas vezes os funcionários que participam nestes processos não compreendem", afirmou Priscila González, membro da Rede.
Em seu primeiro ano, nenhum caso foi investigado pelo Ministério Público.
Dois meses antes de tirar a própria vida, Antonia Garros apresentou queixa por agressão. Ela conseguiu comparecer a uma sessão com a psicóloga. No dia seguinte à sua morte, foi procurada para uma nova consulta, lembra a mãe.
Seu companheiro não cumpriu pena de prisão, foi apenas repreendido por agressões menores porque, por não morar com ela, não poderia ser processado por violência doméstica.
Como forma de "buscar justiça", Consuelo Hermosilla criou a "Fundação Antonia" na cidade de Concepción (500 km ao sul de Santiago) dedicada a apoiar "sobreviventes" da violência de gênero.
"Me interessa que um menino agressor diga: sim, posso mudar, estou machucando uma pessoa, ou que as meninas percebam isso e peçam ajuda", afirmou.
W.Mansour--SF-PST