
-
Defesa Civil de Gaza relata 14 mortos por disparos israelenses
-
Wirtz marca seu 1º gol pelo Liverpool em amistoso no Japão
-
AFA e River Plate criticam medida de Milei que aumenta impostos sobre clubes
-
Economia do México cresceu 1,2% no 2º trimestre entre ameaças de tarifas dos EUA
-
O último adeus dos milhares de fãs a Ozzy Osbourne em Birmingham
-
Trump ameaça Índia com tarifas de 25% a partir de 1º de agosto
-
Ex-treinadora da seleção canadense suspensa por espionagem assume time da Nova Zelândia
-
Granit Xhaka deixa Bayer Leverkusen e volta à Premier League pelo Sunderland
-
Os últimos acontecimentos da guerra em Gaza
-
China quer superar EUA no setor da inteligência artificial
-
Tailândia e Camboja se acusam mutuamente de violar a trégua
-
Como as tarifas de Trump impactarão o cobre chileno?
-
Bicampeã olímpica de biatlo tem morte confirmada 2 dias após acidente em montanha no Paquistão
-
PIB dos EUA cresceu 3% no 2º trimestre, melhor que o esperado
-
Cinco produtos ameaçados pelas próximas tarifas de Trump
-
Bayern de Munique anuncia contratação do atacante colombiano Luis Díaz
-
Gaza, vista do céu, é um território submerso na escuridão
-
China desarticula organização criminosa que vendia bonecas Labubu falsificadas
-
Cidade britânica de Birmingham se despede de Ozzy Osbourne
-
PIB da zona do euro cresceu 0,1% no 2T, mas tensões comerciais afetam a perspectiva
-
Terremoto de magnitude 8,8 na Rússia dispara alertas de tsunami no Pacífico
-
Kate Middleton assina 'miniexposição' em museu de Londres
-
Ataque armado de gangues em funeral deixa sete mortos na Guatemala
-
Brasil goleia Uruguai (5-1) e vai enfrentar Colômbia na final da Copa América feminina
-
Alertas de tsunami são emitidos no Pacífico após forte tremor no litoral russo
-
Países árabes se somam a pedido de desarmamento do Hamas
-
Haddad vê 'sinal' de abertura dos EUA a diálogo sobre tarifas
-
Reino Unido vai reconhecer Estado palestino se Israel não avançar em solução para Gaza
-
Trump 2.0 não tem problemas em fazer dinheiro extra
-
Ataque russo a campo de treinamento deixa 3 mortos e 18 feridos na Ucrânia
-
Bolívia rejeita declarações de presidente peruana de que é um 'país falido'
-
Brasileiro Lucas Ribeiro recebe 4 prêmios do futebol sul-africano
-
Trump diz que se desentendeu com Epstein porque ele contratava funcionários de seu spa
-
Sorteio da Copa do Mundo de 2026 será em dezembro em Las Vegas
-
Agências da ONU pedem que Gaza seja 'inundada' com ajuda alimentar
-
Venus Williams vai competir nas duplas mistas no US Open
-
Haddad vê 'sinal' de abertura dos EUA para diálogo sobre tarifas
-
Camila Osorio é eliminada na 2ª rodada do WTA 1000 de Montreal
-
Trump terá palavra final sobre trégua comercial com a China
-
Papa pede defesa da "dignidade" humana ante "desafio" da IA
-
Tribunal da ONU rejeita pedido de libertação do 'açougueiro da Bósnia' Ratko Mladic
-
Ataques russos deixam 25 mortos na Ucrânia após ultimato de Trump a Putin
-
Com a neve diminuindo, estações de esqui do Chile se adaptam às mudanças climáticas
-
Agências da ONU pedem que Gaza seja 'inundada' com ajuda alimentar para aliviar a fome
-
Indústria musical ameaçada por bandas geradas por IA
-
Procurador-geral da Espanha será julgado por supostamente vazar documentos judiciais
-
Ataques russos deixam 25 mortos na Ucrânia após ultimato de Trump
-
Olympique de Marselha acerta retorno do atacante Pierre-Emerick Aubameyang
-
Atirador que matou 4 em Nova York tinha NFL como alvo
-
Campeã olímpica de biatlo é localizada 'sem sinais de vida' após acidente em montanha no Paquistão

Em laboratório de Bruxelas, cientistas estudam gelo em busca de pistas climáticas
Em uma pequena sala refrigerada, em uma universidade de Bruxelas, cientistas equipados com pesados casacos cortam núcleos de gelo antártico com dezenas de milhares de anos de antiguidade, em busca de pistas sobre o clima do nosso planeta.
Presas dentro dos tubos de gelo estão pequenas bolhas de ar, capazes de fornecer uma amostra de como era a atmosfera do planeta nessa época remota.
"Queremos saber mais sobre os climas do passado, porque podemos usá-lo como uma analogia do que pode acontecer no futuro", explica Harry Zekollari, glaciólogo da Vrije Universiteit Brussel (VUB).
Zekollari faz parte de uma equipe de quatro pessoas que viajou para a Antártida em novembro, para encontrar alguns dos gelos mais antigos do mundo.
Na Antártida, é possível encontrar gelo com milhões de anos, a quilômetros de profundidade.
Mas é muito difícil alcançar essas camadas, e as expedições para perfurar o gelo são custosas.
Uma missão recente, financiada pela UE e que trouxe amostras com 1,2 milhão de anos de antiguidade, teve um custo total de cerca de 11 milhões de euros (72 milhões de reais).
Para reduzir custos, a equipe da VUB e da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) utilizou dados de satélite e outras pistas, a fim de localizar as áreas onde o gelo antigo poderia ser mais acessível.
- Gelo azul -
Assim como a água de que é feito, o gelo flui em direção à costa, embora mais lentamente, explica Maaike Izeboud, especialista em detecção remota na VUB.
Quando o fluxo atinge um obstáculo, como uma montanha, as camadas inferiores podem ser empurradas para cima, mais próximas à superfície.
Em alguns lugares extremamente incomuns, as condições climáticas, como ventos fortes, evitam a formação de uma camada de neve, deixando expostas camadas espessas de gelo.
Chamado assim por sua coloração, que contrasta com a brancura do resto do continente, o gelo azul representa apenas cerca de 1% do território da Antártida.
“As áreas de gelo azul são muito especiais”, ressalta Izeboud.
Sua equipe concentrou-se em um trecho de gelo azul a 2.300 metros acima do nível do mar, a cerca de 60 quilômetros da estação belga de pesquisa antártica Princesa Elisabeth.
Alguns meteoritos antigos haviam sido encontrados anteriormente ali, um indício de que o gelo circundante também é muito antigo, explicaram os pesquisadores.
Assim, foi estabelecido um acampamento de contêineres e, após algumas semanas de medições e perfurações, em janeiro a equipe retornou com 15 núcleos de gelo de um total de cerca de 60 metros de comprimento.
Posteriormente, foram enviados da África do Sul para a Bélgica, onde chegaram no final de junho.
Dentro de um robusto edifício de cimento na capital belga, esses cilindros de gelo agora estão sendo cortados em pedaços menores para então serem enviados a laboratórios especializados na França e na China, para datação.
Zekollari espera que se confirme que algumas das amostras, retiradas a pouca profundidade - cerca de 10 metros -, tenham em torno de 100.000 anos de antiguidade.
- "Caça ao tesouro" climática -
Isso lhes permitiria voltar e cavar algumas centenas de metros mais fundo no mesmo lugar.
"É como uma caça ao tesouro", diz Zekollari, de 36 anos, que se parece um pouco com um Indiana Jones da pesquisa climática.
"Estamos tentando marcar o local certo no mapa (...) e em um ano e meio, voltaremos e perfuraremos nesse ponto", disse. "Estamos sonhando um pouco, mas esperamos obter gelo de três, quatro, cinco milhões de anos" de antiguidade.
O gelo dessa antiguidade poderia fornecer informações valiosas para os climatologistas que estudam os efeitos do aquecimento global.
As projeções e modelos climáticos são calibrados usando dados existentes sobre temperaturas passadas e gases de efeito estufa na atmosfera, mas ainda faltam algumas peças no quebra-cabeça.
Até o final do século, as temperaturas poderiam atingir níveis semelhantes aos que o planeta experimentou pela última vez entre 2,6 e 3,3 milhões de anos atrás, afirma Etienne Legrain, paleoclimatologista de 29 anos da ULB.
Mas atualmente há poucos dados sobre os níveis de CO2 naquela época, um dado crucial para entender quanto mais aquecimento podemos esperar.
"Não conhecemos a relação entre a concentração de CO2 e a temperatura em um clima mais quente que o atual", destaca Legrain.
Sua equipe espera encontrá-la presa dentro do gelo antigo. "As bolhas de ar são a atmosfera do passado", diz. "É realmente como se fosse magia".
F.AbuZaid--SF-PST