
-
Polícia de Minnesota prende suspeito do assassinato de congressista estadual
-
Museu de Verona processa homem que se sentou em cadeira de cristais e a quebrou
-
Irã e Israel prosseguem com ataques no quarto dia de conflito
-
ONU reduzirá drasticamente seus programas de ajuda este ano por falta de fundos
-
Alemanha condena sírio à prisão perpétua por torturar opositores durante o regime de Assad
-
Índia prossegue com processo de identificação das vítimas de acidente aéreo
-
Trump ordena novas operações contra imigrantes em Los Angeles, Chicago e Nova York
-
Polícia de Minnesota anuncia detenção de suspeito do assassinato de congressista estadual
-
Trump chega ao Canadá para reunião do marcada por conflito Irã-Israel
-
Botafogo sofre mas vence Seattle Sounders (2-1) em sua estreia na Copa de Clubes
-
Chelsea enfrenta Los Angeles FC de Giroud na estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Palmeiras pressiona mas empata com Porto (0-0) na estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
EUA goleia Trinidad e Tobago (5-0) em sua estreia na Copa Ouro
-
Palmeiras empata com Porto (0-0) na estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Trump volta ao G7 em cúpula marcada por conflito Irã-Israel
-
Flamengo estreia na Copa do Mundo de Clubes contra o Esperánce da Tunísia
-
PSG goleia Atlético de Madrid (4-0) em sua estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Nova onda de ataques cruzados entre Israel e Irã no 3º dia do conflito
-
Russell vence GP do Canadá marcado por choque entre McLarens; Bortoleto é 14º
-
Trump vetou plano israelense para matar líder supremo iraniano
-
Bayern de Munique massacra Auckland City (10-0) em sua estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Sinner diz que passou "noites sem dormir" após perder final de Roland Garros para Alcaraz
-
Gabriel Diallo conquista em 's-Hertogenbosch seu primeiro título ATP
-
Sem brilhar, México vence República Dominicana (3-2) na abertura da Copa Ouro
-
Novo técnico Gennaro Gattuso tem missão de levar Itália à Copa de 2026
-
Tatjana Maria vence Anisimova e conquista torneio de Queen's aos 37 anos
-
Maré vermelha toma Haia para pedir ao governo que lute contra o 'genocídio' em Gaza
-
Trump diz à ABC que é 'possível' que os EUA se envolvam no conflito Irã-Israel
-
Socorristas de Gaza dizem que 16 pessoas morreram nas operações israelenses
-
Familiares comparecem aos funerais das vítimas do acidente da Air India
-
Líderes cristãos querem influenciar a reflexão sobre a IA
-
Israel alerta que Irã pagará um 'preço muito alto' pelas mortes de civis
-
Polícia dos EUA busca suspeito do assassinato de congressista estadual
-
'Não sobrou nada', israelenses enfrentam os danos do ataque do Irã em casa
-
Macron visita Groenlândia para expressar sua solidariedade ante ameaças de Trump
-
Protestos contra Trump em Los Angeles terminam em caos
-
Ataque israelense ao Irã, o enésimo feito do Mossad em território inimigo
-
Familiares iniciam os funerais das vítimas do acidente da Air India
-
Trump exibe poder militar dos EUA em meio a protestos
-
França retira condecoração de ex-presidente Sarkozy após condenação por corrupção
-
Mísseis iranianos deixam 10 mortos em Israel em mais uma noite de ataques mútuos
-
Inter Miami e Al Ahly empatam (0-0) na abertura da Copa do Mundo de Clubes
-
PSG e Atlético de Madrid entram em ação na Copa do Mundo de Clubes na tensa Los Angeles
-
Israel ataca novamente o Irã após salva de mísseis iranianos
-
Com a 'maldição de Kane' quebrada, Bayern chega mais confiante à Copa de Clubes
-
Dezenas de milhares de manifestantes saem às ruas nos EUA contra o 'rei' Trump
-
Taremi, atacante da Inter, está retido no Irã e vai perder início da Copa de Clubes
-
Botafogo estreia no 'grupo da morte' da Copa de Clubes contra Seattle Sounders
-
Irã ativa sua defesa aérea no segundo dia de bombardeios israelenses
-
Protestos contra Trump antes de desfile militar marcado por ataque a congressistas

Como o peso do mundo caiu sobre os ombros de um geólogo
Em 1981, o recém-formado paleobiólogo Jan Zalasiewicz assumiu que estava destinado a uma carreira discreta procurando e decifrando fósseis do passado distante da Terra.
Durante três décadas, o cientista britânico foi, em suas palavras, um geólogo itinerante.
Mas então, a curiosidade e o acaso o colocaram no centro de um acalorado debate na ciência e além, sobre se a atividade e os apetites humanos inclinaram nosso planeta para uma nova época geológica, o Antropoceno.
Em 2009, Zalasiewicz foi escolhido pela Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS, sigla em inglês) - guardiões da escala de tempo que divide a história da Terra em segmentos como o Jurássico e o Cretáceo - para presidir um grupo de trabalho sobre o assunto.
"Fui surpreendido pelo Antropoceno e então sequestrado sem esperança de ser liberado", disse ele à AFP em uma entrevista.
A missão se resumiu a três perguntas: o registro geológico mostra uma ruptura clara na estabilidade do Holoceno, que começou há 11.700 anos? Se sim, quando ocorreu essa quebra? E qual lugar na Terra oferece a evidência mais convincente?
Os membros votantes do grupo de trabalho responderam enfaticamente "sim" à primeira pergunta, apontando para o que Zalasiewicz chama de "riqueza constrangedora" de evidências encontradas em núcleos de gelo, sedimentos e esqueletos de corais: microplásticos, substâncias químicas perpétuas, vestígios de espécies invasoras, gases de efeito estufa e os efeitos das bombas nucleares, todos aumentando rapidamente ou aparecendo pela primeira vez.
Eles também afirmaram que o limite deveria ser definido em torno da década de 1950, quando esses e vários outros indicadores, coletivamente conhecidos como 'Grande Aceleração', começaram a subir vertiginosamente.
- Mudança explosiva -
Na terça-feira, o grupo de trabalho anunciará qual dos nove locais candidatos receberá o "pico de ouro", significando seu status como o marco zero do Antropoceno.
A odisseia de 15 anos de Zalasiewicz no Antropoceno não era o que ele esperava.
"Quando comecei a estudar geologia, era uma fuga das complicações do mundo. Aprendi a viver no passado", disse ele em uma entrevista.
"Ao mergulhar no Antropoceno, me deparei com toda essa vida humana bagunçada e complicada", acrescentou. "É uma mudança muito abrupta e nada confortável".
Mas Zalasiewicz só tem a si mesmo para culpar.
Já no final da década de 1990, ele se intrigava com o que o registro fóssil da civilização humana poderia revelar, o que o levou ao seu primeiro livro em 2008, "Earth After Us: What Legacy Will Humans Leave in the Rocks?" (A Terra Depois de Nós: Que Legado os Humanos Deixarão nas Rochas?, em tradução livre)
Isso o tornou uma escolha óbvia para liderar o grupo de trabalho, o que ele fez até 2020. Ele ainda é um membro votante.
Durante vários anos, foi assumido que o Antropoceno - se realmente existisse - começaria com a industrialização, mas os marcadores geológicos simplesmente não estavam lá.
Por volta de 2014, no entanto, evidências do que Zalasiewicz chamou de "mudança explosiva" em escala global concentrada por volta de 1950 começaram a surgir.
Um estudo em particular mostrando o planeta coberto de cinzas volantes rastreáveis apenas à queima de carvão e petróleo chamou sua atenção.
"Com os novos dados agrupados em torno do meio do século XX, a Grande Aceleração de repente fez sentido - as coisas simplesmente se encaixaram", disse ele.
- Evidência avassaladora -
Dois não geólogos convidados a se juntar ao grupo de trabalho - o ganhador do Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen, que cunhou o termo Antropoceno em 2002, e o cientista climático Will Steffen, ambos recentemente falecidos - há muito tempo defendiam essa teoria.
"Os geólogos estavam, na verdade, alcançando os cientistas do sistema terrestre", disse Zalasiewicz, agora professor emérito da Universidade de Leicester.
Hoje, Zalasiewicz está claramente preocupado com a sobrevivência das recomendações do grupo de trabalho diante do processo de votação necessário para a validação final. E ele não está otimista.
"Há uma resistência profunda à ideia do Antropoceno, inclusive por parte dos estratígrafos mais influentes e poderosos", principalmente os chefes da ICS e, acima deles, da União Internacional de Ciências Geológicas, ambos vocalmente contrários, principalmente por motivos técnicos.
"A artilharia tem sido e continua sendo pesada", acrescentou Zalasiewicz. "A validação sempre foi uma aposta arriscada".
A preocupação, continuou, é como uma não ratificação seria interpretada pela sociedade em geral, na qual o conceito se encaixou em uma conversa mais ampla sobre o impacto da humanidade no planeta e o que fazer a respeito.
"As pessoas dirão que isso não está acontecendo, que o Antropoceno não é real - há perigos envolvidos nisso", afirmou.
"Daria a impressão de que as condições holocênicas" - que permitiram à humanidade prosperar por milhares de anos - "ainda estão aqui, o que claramente não condiz com a verdade", afirmou.
"O peso das evidências para o Antropoceno como uma nova época após o Holoceno é agora avassalador".
H.Darwish--SF-PST